quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Sobre ser adulto, frases de efeito e biscoitos da sorte

Acabei  de achar esse texto que eu escrevi antes de viajar (21/07/2013) e resolvi publicar aqui mesmo não tem muito a ver com a temática do blog.


Virei gente. Agora eu já sei pedir um expresso. It tastes sweet. Meu intercâmbio já começou. A cada documento que eu separo, a cada palavra diferente que eu busco no Google Tradutor, já estou vivendo novas experiências. Amadurecendo o que eu nem sabia que existia pra amadurecer.

Adultos na verdade não passam de crianças crescidas. Responsáveis, mas inseguros. Insecure like a baby.

Hoje é um daqueles dias que parece um filme. Tem trilha sonora, tem café, tem chuva.
Kasabian toca e tudo continua a mesma coisa.
Eu não sei por que eu chamo as pessoas pra saírem comigo quando eu sei que no fundo eu quero ficar sozinha. Eu vivo em contradição. Por hábito talvez. Muitas vezes eu não sei dizer não. É uma coisa impulsiva. Minhas atitudes negam o que eu penso. Mas só eu sei das minhas contradições. Pelo menos isso.

Por mais que os livros tragam ideias;
os filmes, morais;
as músicas, frases de efeito;
por mais que sábios, filósofos, pensadores, especialistas expliquem,
exemplifiquem,
por mais que sejam a convicção em pessoa
- a grande verdade é que, de fato, não sabemos de nada.

A gente acha que vai crescer e ter conhecimento de tudo;
que vai entender a vida;
que as angústias vão passar;
que seremos seguros e confiantes como nossos pais ou avós;
que iremos dar conselhos;
que escreveremos livros reveladores - mas não.
 É tudo igual.
Ser adulto é tão assustador quanto ser criança - ou talvez mais -
porque não tem ninguém pra te consolar,
porque você pode ser preso,
porque você pode trazer males aos outros,
porque você pode trazer outro ao mundo.
 E ainda existe burocracia.

Uma vida é apenas muito pouco pra se dizer o que são ou o que deixam de ser as coisas. 
Uma vida é simplesmente muito pouco.
Pouco pra se ter as experiências que ela oferece. Eu não quero viver pra achar a verdade. Eu queria tempo pra viver.
E se eu não quiser ter filhos? Ser advogada? Hippie? Se eu quiser ser prostituta? Se eu quiser morar na África? Ser atriz? Careca? Casar dez vezes? Ser voluntária da ONU? Astronauta? Personal trainer? Uma vida só não consegue conciliar isso tudo.

Não é que eu não esteja aproveitando a vida. A minha única e singela vida. É que simplesmente não dá pra fazer tudo. E eu escolhi ir pelo caminho básico, tradicional, estável e seguro que a maioria escolhe.
É como se eu tivesse uma determinada quantia de dinheiro pra viajar e escolhesse ir pra Europa visitar Paris, Roma, Londres e Berlin.
Tem gente que escolhe Malta.
Tem gente que escolhe o Chipre.
Ou a Indonésia.
Tem gente que se aventura em Madagascar.
São escolhas.
Não dá pra voltar atrás. Não dá pra ir a outros lugares.

E é por isso que eu acho que gostamos tanto de frases de feito. Porque elas nos passam segurança. Por mais fakes que pareçam.
Todo mundo ama uma frase de efeito. Vide os milenares biscoitos da sorte chineses.

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