terça-feira, 22 de março de 2016

Trip - Montevidéu, Buenos Aires e POA



Moin moin, Leute! Olha eu aqui de novo. Ressuscitei o blog a pedidos de amigos que me pediram que contasse como foi a minha última viagem. Não sei nem mais se tenho a manha que eu tinha pra escrever sobre viagens, mas vamos lá (ai, ai, queria ganhar dinheiro com isso)

Outra coisa: sei que esses são destinos conhecidos de muita gente do Brasil por causa da proximidade e talvez vocês achem que o que eu vou falar seja repetitivo. Pode até ser, mas minha intenção aqui não é propor roteiros de viagem nem ser guia turística. É simplesmente expor a minha experiência - que é única e bastante pessoal.

Obs.: TODAS as fotos são minhas (a maioria da câmera, outras do celular). Tô ligada em direitos autorais, viu? Nem tente se passar. 


Por que Porto Alegre, Montevidéu e Buenos Aires?


Turista casual na 9 de Julio
Bom, a verdade é que eu nunca planejei ir a esses lugares. Mas, como nas minhas viagens pela Europa, mais uma vez eu aproveitei uma oportunidade. Tudo começou quando surgiu aquela promoção do Programa Amigo, da Avianca. A cada amigo que eu pentelhasse pra se inscrever, eu ganhava 1.000 milhas. No começo não acreditei muito que fosse dar certo - não costumo participar dessas coisas. Mas aí eu vi que era verdade. E acabei pentelhando muita gente, hahaha. Muito obrigada aos envolvidos! 

Consegui milhas suficientes pra ida e volta e pensei qual seria o lugar mais longe que eu poderia ir - pam! Porto Alegre. Eu nunca fui pro sul do Brasil e pensei em explorar a região, conhecer umas cidades do interior e tal, mas comecei a achar os preços muito caros, os programas meio família, meio casal... e eu queria viajar só!

Decidi olhar quanto custava ir pra Montevidéu: 450 reais ida e volta. Doze horas de viagem. Achei que seria OK depois de passar dez horas viajando pela Alemanha. De avião era muito mais caro. Já tinha visto muita gente falando bem do Uruguai e seria uma oportunidade de conhecer outro país. Mas eu continuei inquieta. Por que não ver quanto custava ir pra Argentina? Pam: 200 reais ida e volta de barco. Do lado, bem pertinho. Não podia mesmo perder essa oportunidade. Mas, e aí, como voltar de Buenos Aires pra Porto Alegre (de onde saía meu vôo pro Recife)? Avião tava muito caro (e não tem essa de pegar promoção, galeris, eu só posso viajar nas minhas férias, e as datas têm que ser certinhas) - então o jeito foi fazer todo o percurso inverso! 

Foi cansativo, mas foi econômico... e eu não me arrependo!

MONTEVIDÉU

Meu vôo pra Porto Alegre fazia conexão em Brasília e eu tive a oportunidade de ser a última pessoa a me despedir de Daniel - porque coincidiu de o nosso avião ser o mesmo <33 

Esse maldito desse avião, no entanto, arremeteu! Eu nunca tinha passado por isso. Achei uó. Observação: desde quando os pilotos não falam mais "Tripulação, pouso autorizado", e sim "Tripulação, estamos próximos ao pouso"? Gente, sério, que merda é essa? Próximo pode ser qualquer coisa. Próximo é relativo! Af, segurança zero. 

Bom, o danado do piloto já tinha dito essa frase insólita e tinha começado a baixar. Do nada, o avião empinou e subiu. Me agarrei em Daniel: "Tem alguma coisa errada, tem alguma coisa errada!". Eu acho que quanto mais avião eu pego, mais medrosa eu fico, sério mesmo, eu não era assim não, viu? Enfim, aí ele ficou lá, sobrevoando Brasília - dei a cidade por vista já (brinks) - e eu perdi minha conexão. ¬¬ 


A moral da história: quase morro de cansaço, mas faria tudo de novo!
Conclusão: me mandaram pra Congonhas (bem no dia que levaram Lula pra lá, deu pra ouvir uns gritos e etc.). E foi uma hora de turbulência, vei. Tinha uma mulher chorando e tudo no avião. 

De São Paulo, finalmente, fui pra Porto Alegre. Do aeroporto, fui direto pra rodoviária. Dica: é muito fácil sair do aeroporto de POA e ir pro metrô - eles têm tipo um bondinho, chamado aeromóvel, que faz o percurso. 

Chegando lá, fiquei ainda umas cinco horas esperando meu ônibus pra Montevidéu. Viajei pela empresa TTL, e eles só operam com leito nos finais de semana (como era sexta, eu consegui pegar um). É tudo muito confortável e eles ainda servem lanchinhos, hahahaha. Eles param em Pelotas, no Chuí - pra fazer a imigração - e em Punta del Este. Resumindo: sai de Porto Alegre às 21h e chega em Montevidéu às 09h. 

Observação muito importante: A empresa de ônibus fica com a sua identidade ou o seu passaporte quando você faz o check-in. Eu sempre soube que havia livre circulação de pessoas entre países que fazem parte do Mercosul, ou seja, você pode viajar só com o RG - mas eu, inocentemente, imaginei que fosse como a circulação na Europa. Lá, eu mostrava minha carteira de identidade alemã (pq eu tb sou alemã hehehehe 7x1 pra mim tanto faz uhehuehue brinks) e entrava de bouas em qualquer país. 

Aqui é um poooouco diferente. Vamos lá contar a minha história e o que eu aprendi na prática que nenhum site de viagem me disse antes (pode ter sido desatenção minha também, mas enfim): se você entrega o RG, como eu fiz, você recebe um papel minúsculo e bem ridículo com um carimbo. Se você entrega o passaporte, você recebe o carimbo nele mesmo. 

Se você recebeu o papelzinho, você precisa guardar ele com muito amor e carinho pra poder devolver quando estiver deixando o país. Se você entrega o passaporte, você só precisa mostrar ele de novo na saída (ou seja, MUITO MAIS FÁCIL). Como eu não tinha compreendido o valor daquele minidocumento mas sou muito organizada, guardei o bichinho na minha pastinha de coisas importantes. 

Então, quando eu fui do Uruguai pra Argentina, eles pegaram esse papel (eu, na hora, fiquei surpresa) e me deram outro (de entrada na Argentina). Até aí, eu não tinha entendido direito a importância (DE NOVO!) desse papel, achava que era uma coisa só pra pegar o barco, sei lá. Mas comecei a notar que só o meu papel não tinha carimbo. O de todo mundo na fila tinha. Eu ainda não tava entendendo, mas achei que fosse dar treta. Então voltei lá na imigração e reclamei meu carimbo! ~tipo, eles esqueceram?? wtf ~ Só quando eu tava voltando da Argentina, que me pediram de novo esse papel, eu entendi que aquilo era o equivalente ao passaporte. 

Então, se tu é alesado que nem eu, se liga nisso, viu??

O hostel

Me disseram que dois dias em Montevidéu era suficiente (um final de semana). Mas, sinceramente, isso vai de cada um. Eu passei quatro noites no Che Lagarto e ainda achei que ficou faltando ver coisa! O Che foi um dos melhores hostels que eu já fiquei (e olhe que eu já fiquei em muitos). É tudo muito limpo e organizado, a localização é ótima e o pessoal que trabalha lá é muito atencioso. Não foi um dos mais caros, o preço é bem justo. Além disso, tem um terraço no último andar que é o point da socialização.

Socialização. Nunca socializei tanto num hostel como nesse. Conheci MUITA gente legal! Com certeza foram pessoas que marcaram a minha viagem e fizeram toda a diferença :)) 

Ps. 1: Tinha uma velhinha bem velhinha nesse hostel, o que me chamou atenção. Ela contou que tinha nascido na fronteira do Brasil com o Uruguai e que estava lá pra resolver uns papéis da aposentadoria. Perguntei por que ela estava em um hostel e ela respondeu que se fosse para um hotel ficaria muito sozinha. De fato, fazia muito sentido. Achei fofo. 

Ps. 2: Pode ter sido mera coincidência, mas fiquei com a impressão de que as pessoas que conheci nessa viagem eram mais open minded do que as que eu conheci pela Europa. 

Fazendo a seguinte análise, eu acho que faz sentido: os europeus e americanos com que tive contato na viagem estavam viajando há meses ou até anos - por causa da distância, quando eles vêm à América do Sul, tentam conhecê-la o máximo possível. Então, essas pessoas, por resolverem sair de sua zona de conforto e estarem viajando há algum tempo, precisam (e têm) a cabeça aberta. Já na Europa, muitos pegam um vôo de uma hora pro país vizinho pra passar o final de semana - são turistas, e não viajantes. Se discordar, manda um comment aí. bjs

A cidade


As ramblas de perto do porto


Não tem muito como separar a minha experiência com a cidade da minha experiência com as pessoas. A viagem foi tudo junto! 

Eu adorei Montevidéu! Gostei mesmo, de coração. Moraria lá, com certeza. Há quem a ache meio sem graça e pacata demais, mas eu achei incrível justamente por essa tranquilidade e a qualidade de vida que as pessoas têm. Claro que não é um país com padrão europeu, mas as coisas são organizadas e eu não identifiquei muita desigualdade social. As ruas de Montevidéu são superarborizadas e os prédios e as casas não têm muros! (Você sabe o que significa morar numa cidade com muros depois de viver no Recife.)

Sobre a gastronomia: como eu não como carne nem tomo vinho... bom, foi triste né. Fiquei decepcionada com as "pizzas" que eu comi lá e basicamente vivia de Subway e McDonalds. 

Sobre aquilo que vocês querem saber: não, eles não vendem maconha. Santiago, o uruguaio que eu conheci lá, me explicou que você só pode adquiri-la: 1) plantando em casa 2) fazendo parte de um clube (amei isso, vei); 3) em farmácias (mas parece que esse jeito ainda não tá rolando). Você encontra barriquinhas e lojinhas vendendo vários acessórios pro consumo, mas não encontra a marijuana propriamente dita. (O que não me impediu de sentir aquele cheirinho a cada 50 m que eu andava lol). 


Praia de Pocitos



Além da legalização da maconha, o aborto e o casamento gay são legalizados já há um tempo. O Uruguai sempre foi pra frentex: foi também o primeiro país da América Latina a separar a igreja do estado. Eles são tão laicos que a nossa Semana Santa, lá, é a Semana no Turismo, e o Natal é chamado de Dia da Família. 

Vejam aí mais informações sobre esse país maravilhoso:

http://brasil.elpais.com/brasil/2013/12/24/sociedad/1387857811_264222.html

http://www.revistaforum.com.br/2013/12/14/ok-uruguai-o-estado-laico-e-possivel/


Esse taxista aí se arretou comigo porque eu pedi pra ele pegar uma rua que eu conhecia pra cortar caminho enquanto ele queria passar por toda a orla hahahaha #nativa


Punta del Este


Tem que ter foto de turista, sim!
Punta del Este não estava no meu roteiro e por isso meu itinerário ficou meio maluco. O certo teria eu ter feito o seguinte: Porto Alegre > Punta del Este > Montevidéu >Colonia de Sacramento > Buenos Aires (mas ok, a gente vai aprendendo). A verdade é que certas pessoas me convenceram a ir e eu acabei comprando um tour de um dia lá. Não acho que valha a pena pernoitar não, mas o tour vale demais!

Comprei esse aqui: http://www.montevideocitytour.com/index.php?nw_lang=pt


Casa Pueblo
O ônibus passa pela cidade de Piriápolis, para na Casa Pueblo (que já vale o tour todinho) e deixa a gente livre pra circular por Punta. Só o caminho pra lá já é lindo :) Já Punta tem um vibe bem elitista - o ônibus fica circulando num bairro residencial de lá e o guia vai apontando as casas dos famosos ou as casas mais estranhas. A praia de lá não é grandes coisas (sou pernambucana, desculpa), mas o centro até que é bonitinho, hahahaha. O problema de Punta é o preço! 

Pausa pra história 1: Euzinha, lisa que nem um seixo, tava bem preocupada com o gasto do almoço. Não achando McDonalds, Subway ou qualquer coisa que não prestasse, dei de cara com um restaurante que eu tinha ido na capital. Pensei, então, com meus botões: "O preço foi razoável em Montevidéu, paguei 180 pesos, vou lá que eu já sei que vai ser OK". Ô môvéi, ledo engano. Pedi exatamente a mesma coisa e paguei 300 pesos. Foi bem triste.



Pausa pra história 2: Em Montevidéu, Roberto alugou um carro. Certo dia, resolvemos ir com ele ao supermercado pra comprar cerveja e ficar de boas fazendo a social no hostel. Quando estávamos saindo de lá, bem serelepes, com algumas Zillertal nas sacolas, vimos uma mulher frenética apontando pro "nosso" carro. Até que finalmente alguém entendeu a história (e o espanhol dela): ela tinha alugado EXATAMENTE o mesmo carro na semana anterior e esquecido a chave da garagem dentro! De fato, a chave estava lá! Ela disse que já tinha ido na agência e tudo, mas não tinha conseguido recuperá-la. Hahaha! Foi muito sincera a felicidade dela! Até foto a gente tirou (não lembro com quem ficou, mas OK), hahahaha.


Rol de Obs.

Obs. 1) É muito difícil subir na cama de cima do beliche bêbada! 

Obs. 2) As cervejas no Uruguai são boas! Gostei mais da Zillertal :) 

Obs. 3) Me atrapalhava demais convertendo peso pra real. Tinha que dividir por 8. Haja matemática. Conclusão: na hora de comprar cerveja, levei fumo. 

Obs. 4) Vi muitos cachorros! Nenhum de rua :)) 

Obs. 5) Vi muitos velhinhos.

Obs. 6) Os prédios coladinhos da orla de Pocitos me lembrou Copacabana. Posso fazer essa comparação ou devo comprar o próximo vôo pra Cidade Maravilhosa?

Obs. 7) Fiz absolutamente tudo andando na cidade! Destruí dois sapatos e os meus pés, mas se tu gosta de ser caminhante... sim, é possível!

Obs. 8) Passei frio nos primeiros dias da viagem. Vento gelado arretado!

Obs. 9) Quase ninguém fala inglês. É um saco ter que ficar falando portunhol.

Obs. 10) Eu fiquei meio confusa, quando cheguei, com os semáforos. Eles, às vezes, usam o mesmo semáforo de carro pra os pedestres. E, mesmo sem semáforo, você bota o pé na rua e os carros param pra você passar. Achei lindo <3


BUENOS AIRES



Existem três empresas que fazem o percurso de ônibus+barco de Montevidéu a Buenos Aires: 1) a Colonia Express, que, pelas minhas leituras na internet, não tinha boa reputação (eles podiam cancelar a viagem do nada), mas era barata; 2) a Seacat, que era a intermediária; 3) e a Buquebus, que é a mais famosa e a mais cara. 



Interior do barco (é bem maior que isso)
Decidi pela intermediária. A Seacat pertence à Buquebus, mas opera com barcos menores. Depois que eu li um depoimento de uma menina na internet dizendo que cancelaram o barco dela e a colocaram em um da Buquebus (que é muito melhor), eu fiquei mais tranquila. O negócio é que eu não consegui comprar a passagem online de jeito nenhum! Tentei com tudo que foi cartão e não deu certo. Mas, chegando em Montevidéu, comprei com quatro dias de antecedência e foi tudo de bouas. 


Plaza de Mayo
O ônibus da Buquebus sai da rodoviária de Montevidéu e demora 3h até Colonia de Sacramento, de onde parte o barco. Falha minha: não incluí Colonia no meu roteiro mesmo sabendo que eu ia passar por lá. Dizem que a cidade é linda. Enfim, depois de passada a frustração, encontrei com Dhiego e Roberto - duas pessoas incríveis que eu conheci no hostel e que, por coincidência, estavam indo no mesmo barco que eu pra Buenos Aires. 

A travessia pelo Rio da Prata dura só uma hora. Confesso que o barco me decepcionou - eu esperava que ele fosse aberto e eu pudesse viver meu momento Titanic. Mas eu só pude ver o Uruguai se distanciando através de uma janela suja. 


San Telmo






O hostel

Fiquei no Hostel Inn, em San Telmo, e também recomendo! Ele é mais antigo que o Che, mas é limpo e organizado. A cozinha é bem pequena, mas a localização é boa, fica perto de uma boca de metrô. Os meninos ficaram, no começo, num hostel chamado Granados - bem perto do meu, na frente de onde fica a Mafalda. Bom... não fiquem lá. A descrição da londrina que eu conheci sobre o lugar foi: parece que você tá com a cara enfiada numa bota. Exatamente o que os meninos disseram: fede a chulé. WTF. Esculhambado mesmo. Evitem. Eles tanto se arretaram, que acabaram se mudando pro meu hostel no final. 






Sobre a cidade









Aborto legal en el hospital - Plaza de Mayo
Eu confesso que não esperava tanto de Buenos Aires, era uma daquelas cidades que eu subestimava. É tão mainstream, né? Todo mundo já conhece e tal. Mas o lugar impressiona. A palavra que eu uso pra descrever é: imponente. Nunca vi avenidas tão largas na minha vida. E olhe que eu não to falando só da 9 de Julio não, viu? Todas eram muy anchas! (vejam como meu vocabulário aumentou hue)





Eu fiquei com a sensação de que tinha uma vibe meio europeia, mas uma Europa decadente. Não sei explicar. 



Noite fail em Palermo
Pausa pra história 1: Numa quinta-feira, decidimos tentar ir pra uma festa em Palermo, numa boate chamada Kika. Sério, não vão. Que lugar uó. Eles não têm o menor controle de quem entra, o povo fuma dentro (!!!) e a vibe é péssima. O que salvou a noite foi um pubzinho bem legal onde a gente jogou beerpong :)) Quando deu 3h da manhã, a mazela bateu, fazia muito frio e a cerveja descia a pulso. Não tava mesmo rolando essa noite. Decidimos pegar um táxi e voltar. 

Foi triste. O taxista era um maluco - cruzou a cidade a quase 100 km/h e praticamente não pisava no freio. Ele foi a única pessoa que eu não entendia direito falando espanhol. Acho que ele fazia de propósito. Eu disse o nome da rua, ele sabia onde era e, quando chegou perto, ficou se fazendo de doido, perguntando pra que lado ia. Como a gente queria muito se livrar dele, confundimos a rua e descemos no lugar errado. 

Quase 4h da manhã, eu batia o queixo e Dhiego tentava se localizar no mapa. Rodamos um bocado, passamos por muita gente mal encarada e finalmente encontramos meu hostel. Eu já tava me sentindo aliviada, até que... percebi que ninguém ouvia a campainha. Simplesmente ninguém vinha abrir a porta pra mim. Passaram-se uns 15 minutos, e eu já tava quase desistindo quando, depois de LIGAR pro telefone do hostel, a menina lá acordou com um carão de sono e abriu pra mim. Fiquei pensando o que teria acontecido se eu estivesse voltando sozinha. ¬¬ 

Pausa pra história 2: Fomos ao famoso Café Tortoni - que é como se fosse a Confeitaria Colombo deles (vi essa comparação em algum outro blog) - e nos decepcionamos. Ninguém vinha nos atender. Roberto, que queria consumir, depois de uns 40 minutos desistiu. Pedimos a conta, a garçonete entendeu e se fez de doida. Nem sair dali a gente tava conseguindo! Até que eu disse: "Pera, eu vou resolver isso". Fui até o caixa e dei uma de gringa: comecei a falar em inglês e reclamei que ninguém tinha ido nos atender. Em menos de 5 minutos, estávamos livres. Não entendi exatamente se o preconceito era porque éramos brasileiros ou se achavam que a gente não ia ter dinheiro pra gastar, sei lá que p* eles pensaram. Enfim, decepção completa. 






Agora, prefiro fazer o resto dos comentários em tópicos :)) 




Rol de Obs.

Obs. 1) Tomei o melhor sorvete da minha vida! Sim, sim, sim! É o sorvete da marca Patagonia, e eu tomei numa loja nas famosas Galerias Pacífico. Eu amo muito sorvete, sou quase uma expert (huehue) e preciso dizer que foi muita emoção <3 (e foi também os olhos da cara). To aguardando meu mochilão pela Itália pra poder fazer comparações, mas DUVIDO. 


Na boca do Subte
Obs. 2) Vei, NINGUÉM fala inglês. Mas que diabos. Coitados dos gringos. 

Obs. 3) Não andei de ônibus em Baires. Peguei apenas o metrô - que embora seja bem esculhambado, me serviu muito bem. Ele é barato e a decoração das estações são bonitas! Mas acho que essa foi a primeira vez que eu vi um metrô que anda com janelas abertas :O

Obs. 4) Amei que lá tem mil parques e praças <3 Qualidade de vida!

Obs. 5) O trânsito lá é louco. Sério. Pedestre e nada é a mesma coisa. Eu e Dhiego quase fomos atropelados em plena faixa de pedestre. Os carros viram a gente e aceleraram vei. Quando tem um cruzamento, a galera mete a mão na buzina e vai com tudo! Vi vários quase-acidentes. 

Obs. 6) Fiquei muito irritada em certos pontos da cidade, como na famosa Rua Florida ou no turístico Caminito. A quantidade de ambulantes e gente do câmbio negro é tão grande que estressa. Eles não te largam, não te deixam, te botam chapéu pra tirar foto... se souberem que é brasileiro então, lascou! Se quiser escapar, fale inglês, alemão, sei lá, inventa aí! Eu tenho zero paciência com essas coisas e fiquei com uma lembrança muito desagradável desses lugares. 


O Caminito que eu não gostei :(




Obs. 7: As calçadas são superlargas <3 #aprendeRecife


 Obs. 8: Fui com os meninos na rodoviária de Buenos Aires pra eles comprarem a passagem pra Mendonza. Lá é meio tenso. O cenário muda completamente. Teje atento!


Obs. 9) Buenos Aires não é barato! Não se enganem (pelo menos não nesse momento). 

Obs. 10) O terminal do Buquebus é lindo! 

Obs. 11) Assim que botamos o pé em Buenos Aires, duas velhinhas disseram pra gente ter muito cuidado com os nossos pertences, câmeras e etc. É um choque quando você sai do Uruguai e vai pra lá. Mas brasileiro é gato escaldado, né?


O tempo tava fêi


9 de Julio

PORTO ALEGRE


Vista clássica de POA 


Imersão cultural hahaha
Minha viagem de volta foi muito cansativa. Eu saí bem cedo de Buenos Aires. Cheguei em Montevidéu por volta do meio-dia. E adivinha quem perdeu a mala? Euzinha. Mas perder uma mala nunca foi tão bom! Como assim? 

Então, eu tinha que ter pego minha mala depois que saí do barco e colocado no ônibus, lá em Colonia de Sacramento. Eu achei que o pessoal da empresa fizesse isso (como era na ida), mas me enganei. Quando cheguei na rodoviária eu já tinha me ligado que tinha feito merda. 

Mas, porque eu sou uma pessoa muito organizada, eu tirei fotos da mala antes de despachar ela. Então, cheguei lá na Buquebus/Seacat, registrei a ocorrência (?) e mostrei as fotos. Eles tinham achado, e a mala ia chegar lá pelas 16h. Ótimo! Meu ônibus pra Porto Alegre só saía às 21h. Ou seja: minha mala ficou guardada de graça na estação enquanto eu rodava livremente pelo centro de Montevidéu :D Ainda deu tempo de tomar uma cervejinha com Santiago, um uruguaio amigo de um amigo meu (ou de Felipe, dois parágrafos abaixo). 

Meu ônibus de volta não foi leito, mas eu conseguir dormir nas posições mais tronchas possíveis. A sorte é que não foi ninguém do meu lado. Vale ressaltar que, quando eu cheguei no Brasil, eu estava há 48h sem banho e nunca tinha pego um calor tão miserável no Recife como eu peguei em Montevidéu e em POA. Ou seja, avalie a minha situação. 

Em Porto Alegre, fiquei hospedada na casa de Felipe - um gaúcho gente boa que conheci num avião indo de Dublin pra Bremen, em 2014, hahaha. Também encontrei, por acaso, Letícia - que eu conheci em também Dublin, quando fiquei hospedada na casa dela lá! Eu não esperava ouvir um "Ursula?" tão longe de casa assim! E era dia de St. Patricks :) Muitas coincidências de uma vez só <3 

Porto Alegre é uma cidade muito simpática, bem verde e agradável (apesar dos 35 graus que eu peguei), hahaha. Adorei os gaúchos, fui muito bem tratada! Além disso, finalmente pude comer comida de verdade! Vei, comida boa é comida brasileira! 

Eles também têm um ônibus hop-on hop-off, da Secretaria de Turismo (você compra lá o tíquete), que custa R$ 12,50 pra estudante. Vale a pena pegar ele se você não passar muito tempo (que foi o meu caso :( deveria ter ficado mais e conhecido melhor as coisas, mas enfim). 

Os táxis são vermelhos (, as placas são azuis), os ônibus são melhores (que os do Recife) e o Estádio Beira-rio é lindão (um beijo aqui pra La Bombonera lol)!
Vei, eu fiquei muito passada que lá tem um bairro chamado Tristeza :O 


Aprendam com meus erros

Banco/dinheiro - Gente, pense numa pessoa que se atrapalhou e passou fome nessa viagem! Eu levei uma parte do meu dinheiro em cash e troquei quando cheguei em Montevidéu. No último dia, meu dinheiro acabou e eu lembrei que precisava pagar a cerveja do hostel e sobreviver até chegar na Argentina. A minha sorte lá foi que Carol (paulista que conheci no Che) me vendeu uns reais e minha mãe depositou na conta dela! Daí, com esses reais, comprei uns pesos de Edcesar (alagoano, que também conheci no hostel) e me salvei. #confusão

Quando cheguei em Buenos Aires, troquei o restante dos reais e catei um Banco do Brasil pra habilitar meu cartão! PORQUE, SIM, eu não tinha feito isso (absurdo). Eu também não tenho cartão de crédito (não, juro que não tenho!). Mas enfim, daí eu já podia sacar no caixa lá (o que não é exatamente barato, mas meu dinheiro só tinha entrado no dia que eu viajei). O problema é que meu dinheiro tava no Bradesco e eu tinha que transferir pra conta do Banco do Brasil - que era o cartão que eu podia usar lá. Até aí tudo bem, era só fazer pelo celular isso. Só que eu demorei. E só fui me ligar nisso na sexta de noite, quando meu dinheiro começou a acabar. Ou seja: meu dinheiro só ia cair na conta na segunda-feira. Conclusão: passei o final de semana indo dormir bem cedo e juntando 40 pesos pra cada refeição da promoção da Subway. Vivi momentos de tensão. 

Cabo da câmera - Não tive problemas em relação à quantidade de fotos que eu tirei, meu cartão de memória é bem grande. Mas, conforme os dias foram passando, eu fui noiando. Não podia perder minhas fotos de jeito nenhum. Minha ideia, então, era passar as fotos pro computador do hostel, e passar dele pro pendrive. Só que eu não pensei que o computador do hostel poderia ser muito muito velho e não ter leitor de cartão :( Mas...

Pendrive maior - ... ainda assim, Dhiego conseguiu passar minhas fotos usando a câmera dele. E elas não couberam no meu pendrive :( No final da viagem, eu tava guardando o cartão de memória no porta-dólar. 

Pouca roupa de frio - Não sei porque diabos eu achei que não ia fazer frio. Na verdade, eu olhava a previsão do tempo e tava sempre 20 graus. 20 graus não é exatamente frio, né? Mas eu não contava com o vento fdp que tava rolando por lá. Com certeza não eram só 20 graus. Conclusão: eu só conseguia usar a mesma calça jeans nos primeiros dias. Uó. Tive que comprar pelo menos uma meia calça pra poder aproveitar os shorts, vestidos e saias que eu tinha levado. 

Usar roaming - Bom, não tem o que vocês aprenderem com isso. Todo mundo sabe que não é pra usar o roaming, né? Mas pois é. Eu tava meio desesperada no início da viagem e acabei usando :(( Quando cheguei na Argentina, comprei um chip da Claro. Vale muito mais a pena. 


Casa Pueblo
Festinha no hostel de Montevidéu <3
Che Lagarto
Em Pocitos, Montevidéu (com Carol e Edcesar).
Gringalhada do hostel em Montevidéu :DD
Almoço fino no Mercado do Porto (paguei muito e comi mal, mas tamos aí)
Praça da Independência - Montevidéu
Montevidéu
Piadinha interna, hehehe
Fotografando celebridades e fazendo rimas (Gardel, Montevidéu)
Fim de tarde em BA.
Buenos Aires
Quando a gente parou a Plaza de Mayo (fotografando nas posições mais esquisitas por meia hora)
Resultado
Primeira night (ainda ryca) em Buenos Aires
Piadinha interna de novo, hehe
Mais uma foto de turista
Descontraindo
San Telmo
Terminal da Buquebus em Buenos Aires
Vei, alguém me explica por que TODAS as mulheres no Uruguai e na Argentina (generalizei, só Buenos Aires) tão usando esse sapato bizarro? Gente, sério. Como disse a menina lá do hostel, parece um pneu! 
Zillertal e chivito! - Montevidéu
Pra finalizar, em Porto Alegre :DDD


Eu tinha que postar essa foto porque né... olha a situação das criaturas! 
Hahaha, isso que dá ficar fazendo macaquice em terra alheia! Subiram e não conseguiram mais descer.